top of page

"Mãe, posso ir brincar?" Porque é tão importante que as crianças brinquem?

  • Foto do escritor: multiclic
    multiclic
  • 18 de jul. de 2019
  • 3 min de leitura

Atualmente é inegável a importância do brincar no desenvolvimento emocional, social, motor e cognitivo da criança. No entanto, e apesar do contrassenso, as crianças têm cada vez menos tempo para brincar, em prol de agendas sobrecarregadas com atividades extracurriculares e tarefas escolares. O brincar fica relegado para segundo plano e a preocupação dos pais recaí sobretudo em saber se os filhos estudaram ou não, sem perceberem que nenhuma criança desenvolverá todo o seu potencial se a brincadeira não fizer parte da sua vida.


É importante frisar que o brincar e o jogar são meios privilegiados da criança expressar os seus sentimentos e aprender, não se resumindo apenas a formas de divertimento. Por intermédio da brincadeira, a criança explora e reflete sobre a realidade e a cultura na qual está inserida, interiorizando-a. A experimentação de diferentes papéis sociais (o papel de mãe, pai, bombeiro, super-homem) através do faz-de-conta, permite à criança compreender o papel do adulto e aprender a comportar-se e a sentir como ele, constituindo-se como uma preparação para a entrada no mundo dos adultos. A criança procura assim conhecer o mundo e conhecer-se a si mesma, desenvolvendo também assim as suas competências de motricidade global e fina.


Por outro lado, através da brincadeira, a criança tem oportunidade de simular situações e conflitos da sua vida familiar e social, o que lhe permite a expressão das suas emoções. Brincar é uma forma segura das crianças encenarem os seus medos, as suas angústias e a sua agressividade e de tentarem elaborar e resolver os seus conflitos internos. Os jogos, nos quais está implícito o perder e o ganhar, permitem que a criança possa começar a trabalhar a sua resistência à frustração. Aprender a lidar com esse sentimento é essencial para o seu equilíbrio emocional e para o desenvolvimento da personalidade.



O adulto pode e deve participar na brincadeira, uma vez que o seu envolvimento não só estreita os laços afetivos com a criança como também aumenta o seu nível de interesse e motivação. Na interação, o adulto tem oportunidade de ajudar a criança na elaboração das inquietações que surgirem durante a brincadeira, bem como enriquecer e estimular a sua imaginação, despertando-lhe ideias e questionando-a para a descoberta de soluções.


Moyles (2002) defende que a brincadeira pode ser agrupada de três formas diferentes, de acordo com o desenvolvimento físico, intelectual, social e emocional. O brincar relacionado com o desenvolvimento físico, onde se enquadram competências de motricidade global, fina e sensorial. Os adultos podem trabalhar a psicomotricidade propondo-lhes atividades de dança, circuitos de obstáculos e exploração sensorial. O brincar associado ao desenvolvimento intelectual, abarca o domínio linguístico, científico, matemático e criativo. Com o objetivo de desenvolver a linguagem, o adulto poderá contar histórias, pedir recontos e criação de situações. Os jogos de números são um bom jogo para desenvolver o sentido matemático nas crianças pequenas. A criatividade pode ser estimulada através de atividades que envolvam a pintura, a modelagem e o desenho. O brincar relacionado com o desenvolvimento social e emocional, engloba vários aspetos, dos quais se podem destacar o desenvolvimento da empatia, que está diretamente relacionada com a simpatia e a sensibilidade. Atividades em grupo são uma boa estratégia para estimular a empatia com o outro, permitindo-lhe aprender a partilhar, a cooperar, a comunicar e a relacionar-se, desenvolvendo a noção de respeito por si e pelo outro, bem como sua auto-imagem e auto-estima.


Estas competências irão ser fundamentais para o percurso escolar e consequentemente para a vida adulta das crianças e é por isso que é tão importante brincar e jogar na infância. O brincar está diretamente ligado à nossa existência, ao nosso desenvolvimento e à nossa criatividade.


Susana Costa e Ângela Pinto

Psicóloga





Ferland, F. (2006). Vamos brincar? Na infância e ao longo de toda a vida. (1ª Edição). Lisboa: Climepsi Editores.

Moyles, J. (2002). Só brincar? O papel do brincar na educação infantil. Porto Alegre: Artmed Editora S.A.

Neto, C. (2003). Jogo e desenvolvimento da criança. Lisboa: Faculdade de Motricidade Humana;

 
 
 

Comments


Contacte-nos:

917 777 440   

multiclic@outlook.pt

Multiclic 1:

 Rua da Liberdade nº 203,

4760-307 Vila Nova de Famalicão

Multiclic 2:

Rua Dr. Nuno Simões, Edifício Varandas nº 83 RC/CH,

4760-372 Vila Nova de Famalicão

As nossas Redes Sociais

FAQ

LOCAIS DE INTERVENÇÃO

  • Instagram
  • Facebook
bottom of page